maio 16, 2011

Cultura, tradição e cristianismo

“Desde suas origens, o cristianismo – a experiência do encontro com Cristo vivo e ressuscitado, e da redenção – se relacionou, de maneira estreitíssima, com a cultura, com a criação e a articulação da cultura. Não poderia ser de outro modo: se Jesus é o Senhor, e se a comunhão com Ele, vivida como experiência humana na comunhão da ekklesia, é o início do Reino dos Céus – ou seja, o cumprimento de todas as promessas que Deus fez ao homem e de todas as esperanças do coração humano –, então quem se encontra com Cristo adquire, na experiência mesma desse encontro e de vir a ser ‘igreja’, uma certeza que afeta decisivamente a compreensão de si mesmo e dos demais, de todas as relações e de todas as atividades humanas. Essa certeza também afeta, decisivamente, a compreensão e a configuração do tempo e do espaço, afeta a relação com toda a realidade. E a cultura é precisamente isso: o modo como os homens – o sujeito da cultura é sempre uma comunidade, um povo – compreendem, vivem, articulam e expressam, em textos de diversos tipos (textos escritos, cantados ou esculpidos, ou textos configurados na criação de liturgias e instituições, na práxis da vida cotidiana), a experiência e a compreensão que têm da realidade e de sua própria relação com a realidade. Outro nome para designar a cultura assim compreendida é a palavra ‘tradição’. Uma cultura é sempre uma tradição, e uma tradição se expressa sempre culturalmente.”  Dom Javier Martínez Fernández, Arcebispo de Granada

“Uma fé que não se torna cultura é uma fé não de modo pleno acolhida, não inteiramente pensada e nem com fidelidade vivida.”  – Beato João Paulo II

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