outubro 16, 2013

Três poemas de Emily Dickinson


Dizer toda a Verdade – em modo oblíquo –
           No Circunlóquio, o êxito:
Brilha demais p’ra nosso enfermo gozo
            O seu sublime susto.

Como a meninos se explica o relâmpago
            De modo a sossegá-los –
A Verdade há de deslumbrar aos poucos
             Os homens – p’ra não cegá-los.

***

Brincamos com pedra falsa,
Puxando-a ao ponto de pérola –
Depois soltamos a massa
E vemos quão tolos fomos – 

E, no entanto, as formas eram análogas, –
E a mão que ainda tateia
Aprendeu tática de gemas
Praticando com areia. 

*** 

A beleza não se faz – ela é.
Você a caça, ela cessa;
Se desiste, ela persiste. 

Tente imitar as estrias 

No capinzal, quando o vento
Corre-lhe os dedos por dentro –
Algum deus vai estar atento
Para frustrar o seu intento.
 
(Tradução de Aíla de Oliveira Gomes)

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